sexta-feira, 29 de setembro de 2017

ENSINO RELIGIOSO / ASSUNTO PARA A SALA DE AULA? - A validação da ignorância.

Venho presenciando uma verdadeira anomalia dentro de nossas escolas públicas: o ensino religioso. 

Faz sentido oferecer a disciplina na rede pública? Incuti-la na grade curricular, pode causar malefícios e alienações aos nossos estudantes, além de corrermos o risco do proselitismo, isto é, a tentativa de impor um dogma ou a conversão de alguém. 

A diversidade religiosa em nosso país, é grandiosa. Como garantir que todos os grupos sejam representados e respeitados? Falo de Candomblé, Espiritismo, Budismo, Islamismo, Protestantismo, Catolicismo e etc. Nosso país é plural nesse contexto!

Todos os professores e alunos tem o direito de professar sua fé. Podem rezar, celebrar dias santos, frequentar suas igrejas e templos, possuir imagens e portar objetos religiosos. Mas, em HIPÓTESE alguma, a escola pode ser usada para catequização e manifestações de intolerância, seja ela de qual religião for. 

O Estado Brasileiro é Laico, conforme dita a Carta Magna, portanto, nossas instituições devem se manterem neutras em assuntos religiosos. 

A escola tem sua essência no conhecimento científico e secular. Esse é o norte da grade curricular, portanto, NÃO devemos incutir ensino religioso para nossos estudantes. 

Educação e verdades incontestáveis, não combinam. Os credos são dogmáticos, enquanto que as escolas são lugares para o desenvolvimento da autonomia moral e para a conquista do conhecimento. Os professores precisam ensinar o que, realmente, interessa, sem imagens e orações. 

Precisamos ter bom senso e analisarmos friamente essa anomalia educacional. Definitivamente, não faz bem a ninguém, a não ser à aqueles interessados em arrebanhar ovelhas para suas igrejas. 

Permitir que isso ocorra, é pactuar com a ignorância e negligenciar o futuro de nossas gerações. Corremos o risco de termos várias delas, completamente, alienadas cientificamente. Uma regressão intelectual e um crime com nossos jovens e inocentes. Essa prática gera atraso tecnológico, intolerância e preconceito religioso. 

Em suma, qualquer religião dentro da grade escolar, é um desrespeito a individualidade, ao direito de escolha e ao que, realmente, interessa, o conhecimento secular e científico. 

Religião e ciência, são como água  e óleo, não se misturam!

por Kennedy Litaiff